O Exército e os representantes dos manifestantes no Sudão retomaram o diálogo na noite de segunda-feira, após uma interrupção devido à instabilidade que assolava Cartum, para dirimir as divergências entre os dois lados, relacionadas com a presidência e a composição do Conselho Soberano que deve garantir a transição política, um mês após a destituição do Presidente Omar al-Bashir, noticiou a AFP.
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Neste momento, o principal ponto de discórdia continua, a percentagem de representação e a presidência do Conselho Soberano composto por civis e militares. Um dia antes do reinício do diálogo, o porta-voz dos militares, general Shamseddin Kabbashi, manifestou a esperança de chegar rapidamente a um acordo definitivo. Cada uma das partes deseja, que um dos seus membros, presida ao Conselho Soberano instituição -chave da transição que deve substituir o Conselho Militar, por um período de três anos. “Insistimos que o Conselho Soberano seja presidido por um
civil e integrado, principalmente, por membros civis”, declarou à AFP Satea al Haj, membro de um dos movimentos que está a negociar com os militares. Entretanto, o Conselho Militar, no poder, defende uma maior presença de militares para fazer frente às “ameaças à segurança”. Militares e manifestantes concordam em alguns pontos, como a duração do período de transição de três anos e a criação de um Parlamento integrado por 300 membros, dois terços dos quais procedentes dos movimentos civis.